A emigração portuguesa
para o Brasil
Jorge Fernandes Alves
A transposição de
portugueses para o território que se veio a denominar de Brasil ganhou
significado quantitativo a partir da nomeação do 1º governador, Tomé de Sousa,
em 1549, num processo gradualmente ascendente, correlacionado com o processo de
ocupação e domínio do território, revestindo facetas variadas. Será, contudo,
no pós-independência que o movimento migratório alastra, em função das
condições de mercado de trabalho e dos projetos de branqueamento da população,
embora flutuando em situações diversas: o antigo colonizador era agora recebido
como imigrante, estrangeiro que se devia submeter às novas leis e condições do
país de receção. Entre a persistência das redes tradicionais e novas condições
contratuais, a situação dos portugueses experienciam situações variadas, desde
apelos familiares a confrontos nativistas de lusofobia. Contudo, num balanço
geral, podia-se dizer-se pelos finais do século XIX, utilizando as palavras de Herculano
e Oliveira Martins, que o Brasil “era a nossa melhor colónia, depois que deixou
de ser colónia nossa”.
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