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quarta-feira, 24 de maio de 2023

Palestra das últimas quintas-feiras do mês - 25 de maio de 2023

 

«António Soares dos Reis: um positivista?»

A obra de António Soares dos Reis constitui um dos expoentes máximos da escultura nacional, não obstante as dificuldades da História da Arte para a definir ou categorizar. Reveladora de um ecletismo que espelha não apenas as particularidades pessoais do escultor, mas todo o seu percurso formativo e o contexto socio-cultural do território em que viveu, a produção artística de Soares dos Reis torna evidentes as limitações das categorizações artísticas que têm condicionado o seu estudo. Iremos contextualizar o escultor e a sua obra no tempo e espaço, demonstrando o importante papel desempenhado pela sua formação académica, mas também o do próprio território em que viveu e dos seus círculos de amizade.

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ID da reunião: 846 5044 8304
Senha de acesso: 188964

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Palestras das últimas quintas-feiras - abril 2023

 


Palestras das últimas quintas-feiras, 18.30H

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https://us02web.zoom.us/j/88524104068...

ID da reunião: 885 2410 4068

Senha de acesso: 658919

Resumo:

Susana Moncóvio iniciou um dos parágrafos de um seu trabalho com a seguinte frase: «O colecionismo revela um traço antropológico, o da materialização da memória, de afetos e vivências...». A autora citada estava a referir-se ao coleccionador Marciano Azuaga que veio a falecer no início do século XX com mais de sessenta anos, portanto, inserido ainda numa: «prática colecionista dos finais do século XIX».

É também sobre colecionismo o assunto que aqui pretendemos desenvolver, já não sobre um colecionador inserido nos conceitos e parâmetros atrás referidos, mas um colecionador actual, longe da «natureza enciclopédica [que foi o] resultado do desenvolvimento dos valores humanistas do Renascimento». Contudo, constatamos que, de um modo geral, as motivações para o coleccionismo são intemporais manifestando-se pelo gosto de “juntar” objetos, não tanto pelo seu valor monetário, beleza ou qualidade, mas sobretudo por aquilo que podem significar para quem os adquire, não obedecendo, portanto, a qualquer outro critério que não seja o do “gosto pessoal”.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

14ª sessão do curso livre sobre O Brasil Duzentos Anos Depois



O Brasil e os exilados políticos portugueses

A imagem do emigrante povoa há muito o imaginário da sociedade portuguesa a lembrar o burguês rico e rude, com dinheiro e sem cultura.

A saída, voluntária ou não, do país de origem, para território de outra nação com a intenção de aí fixar residência e exercer atividade por um período de duração incerta foi, desde sempre, apanágio dos portugueses.

Em bom rigor, emigração pressupõe a deslocação do cidadão para país estrangeiro. Os fatores causais da emigração são, na maior parte dos casos, por razões económicas, podendo, porém, revestir natureza política, ou outras de carater diverso.

Os reflexos da emigração projetam-se na força e prosperidade das nações, na vida económica, social e política, facto que levaram os Estados a submetê-la a regulamentação apropriada

Em Portugal o Estado Novo, cultiva através do ideário salazarista, da sua propaganda oficial, ou oficiosa, um especial olhar em direção às comunidades emigradas. A partir de 1932, o regime assume através dos discursos de Salazar, a ideia central de difundir a imagem de um “país de paz à beira-mar plantado”, tudo fazendo para que o emigrante encontre no ideário salazarista as mensagens que deseja ouvir sobre a sua pátria distante.

quarta-feira, 12 de abril de 2023

13ª sessão do curso livre sobre O Brasil Duzentos Anos Depois



Os Brasileiros de Torna-Viagem

Ana Sílvia Albuquerque

Durante o século XIX, Portugal viveu um período de turbulência política, dificuldades económicas e mudanças sociais. Como resultado, muitos cidadãos portugueses, nomeadamente oriundos da região noroeste de Portugal, deixaram o seu país de origem e emigraram para o Brasil em busca de melhores oportunidades ou reagrupamento familiar.

Embora tenham enfrentado muitos desafios no Brasil, as suas experiências e contribuições desempenharam um papel crucial na formação do cenário cultural, económico e social do Brasil e de Portugal.

Importantes foram os benefícios que Portugal obteve quando estes indivíduos regressaram a casa. Trouxeram consigo novas ideias, competências e recursos que ajudaram a revitalizar a economia portuguesa e a contribuir para o seu desenvolvimento cultural e artístico. Os «brasileiros» desempenharam um papel fundamental na modernização da indústria e da agricultura portuguesas, e as suas contribuições foram sentidas em áreas como arquitetura, literatura e música.

Acresce o seu papel assinalável na melhoria da vida de conterrâneos por meio de diversas formas de filantropia, incluindo o estabelecimento de hospitais, escolas e legados a organizações de caridade e bem-fazer, como misericórdias e ordens terceiras.

quinta-feira, 30 de março de 2023

12ª sessão do curso sobre O Brasil Duzentos Anos Depois

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O Brasil Oitocentista e o tráfico transatlântico de escravos.

Em 1823, na época da independência do Brasil, José Bonifácio de Andrade e Silva, uma das mais importantes figuras do novo país, condenou moralmente o tráfico de escravos e atribuiu a culpa pela sua existência a Portugal. Poder-se-ia, por isso, pensar que os brasileiros iriam pôr fim a esse horrível negócio, tanto mais que, logo de seguida negociaram e assinaram com a Grã-Bretanha um tratado que prometia fazê-lo. Porém, não foi isso que aconteceu.

A presente aula procurará mostrar por que razões a importação de escravos africanos era importantíssima para o Brasil, nomeadamente para a sua indústria açucareira, e explicitará as características e o volume dessa importação, desde o início até à sua supressão na década de 1850.


terça-feira, 28 de março de 2023

Palestra das últimas quintas-feiras do mês - 30.03.2023

Henrique Moreira escultor de memórias da 1.ª Grande Guerra

J. A. Gonçalves Guimarães

Resumo:   

Escultor nascido em Avintes, Vila Nova de Gaia, Henrique Moreira (1890-1979) frequentou a Academia Portuense de Belas Artes, onde foi aluno de José de Brito, Marques da Silva e Teixeira Lopes. Tendo concluído o curso de escultura em 1911, estagiou na oficina deste último, tendo também colaborado (com Sousa Caldas) na concretização da parte escultórica do Monumento à Guerra Peninsular de Alves de Sousa e Marques da Silva implantado na cidade do Porto. Distinguiu-se depois com encomendas da Comissão dos Padrões da Grande Guerra, sendo mesmo o escultor português que maior número de exemplares produziu neste âmbito. Autor de uma obra muito mais vasta e diversificada, nas suas três principais modalidades que praticou, estes monumentos evocativos são também um aspeto importante da sua obra.

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https://us02web.zoom.us/j/89412091360?pwd=TEdxVVM2TWpFZWpSdDNLV2JVUXlyZz09

ID da reunião: 894 1209 1360
Senha de acesso: 152468

                                                                                                   

quarta-feira, 15 de março de 2023

11ª sessão do curso livre sobre O Brasil Duzentos Anos Depois

 


A música e a dança urbana entre o Brasil e Portugal (1770-1830)

Notícias sobre a música e as danças urbanas luso-brasileiras, entre a primeira metade do século XVIII e as primeiras décadas do século seguinte, foram registadas em textos de escritores teatrais, poetas, cronistas e por viajantes estrangeiros, tornando-se uma importante referência para a identificação de práticas socioculturais, ainda que generalizadas, tanto em Portugal como em terras brasileiras. Através da análise de alguns desses textos é possível identificar práticas musicais e danças coletivas da tradição europeia e afro-brasileira, como um exercício para o entendimento das formas com que essas tradições irão se misturar e proporcionar o desenvolvimento de outros gêneros, alguns inclusive adquirindo o estatuto de música e dança nacional. Pretendemos nesse curso associar as informações musicais que estejam vinculadas não somente à canção urbana, em que se destaca a modinha e o lundum, mas também às outras danças coletivas que, independente de seus locais de origem ou prática, configuram-se como elementos essenciais para entendermos a socialização dos grupos, no período supracitado, convertendo-se, ao longo do século XIX, em obras musicais utilizadas como entretenimento doméstico pela burguesia luso-brasileira.

Rodrigo Teodoro de Paula