O pároco de Mafamude, abade José Maria de Santana e Silva, destacou-se no tecido social e institucional de Vila Nova de Gaia e Porto da 2ª metade do século XIX como um de vários religiosos cuja ação ultrapassou a esfera da Igreja, para se vincar em assuntos que pautaram o seu tempo e o seu território. Figura assídua nos círculos ilustrados gaienses, conviva próximo de Camilo Castelo Branco e admirador de Soares dos Reis, iludem-se ainda contornos definitivos para uma vida que se revela por relatos e episódios que se procurarão contextualizar no panorama abrangente de uma sociedade para a qual os temas da Religião, Liberalismo e Instrução foram determinantes.

A Academia Eça de Queirós é uma comissão permanente dos Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana formada por todos os sócios e confrades com formação académica que se dedicam ao estudo, investigação e divulgação de temas oitocentistas e novecentistas, nomeadamente da vida, obra e época de Eça de Queirós.
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023
Palestra das últimas quintas-feiras do mês - 23.02.2023
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
9ª sessão do curso O Brasil Quatrocentos Anos Depois
A emigração portuguesa
para o Brasil
Jorge Fernandes Alves
A transposição de
portugueses para o território que se veio a denominar de Brasil ganhou
significado quantitativo a partir da nomeação do 1º governador, Tomé de Sousa,
em 1549, num processo gradualmente ascendente, correlacionado com o processo de
ocupação e domínio do território, revestindo facetas variadas. Será, contudo,
no pós-independência que o movimento migratório alastra, em função das
condições de mercado de trabalho e dos projetos de branqueamento da população,
embora flutuando em situações diversas: o antigo colonizador era agora recebido
como imigrante, estrangeiro que se devia submeter às novas leis e condições do
país de receção. Entre a persistência das redes tradicionais e novas condições
contratuais, a situação dos portugueses experienciam situações variadas, desde
apelos familiares a confrontos nativistas de lusofobia. Contudo, num balanço
geral, podia-se dizer-se pelos finais do século XIX, utilizando as palavras de Herculano
e Oliveira Martins, que o Brasil “era a nossa melhor colónia, depois que deixou
de ser colónia nossa”.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
8ª sessão do curso livre sobre O Brasil Duzentos Anos Depois
Atividade Económica entre Brasil e Portugal nos dias da Independência
Nesta aula serão abordadas as trocas comerciais entre Portugal e o Brasil com especial incidência para as entradas na barra do Douro (131 produtos brasileiros diferentes) contra as saídas pela mesma barra em sentido inverso (27 produtos portugueses) nos dias da Independência. Serão ainda referidos os armadores-negociantes que suportavam este comércio e a sua importância para ambos os lados do Atlântico.