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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Eça de Queirós e o Caminho de Ferro



No Capítulo Queirosiano 2019 foi lançado o livro Eça de Queirós e o Caminho de Ferro, de Joana Almeida Ribeiro, elaborada no âmbito dos trabalhos do projecto dos investigadores-tarefeiros do Solar Condes de Resende, que decorre no Solar Condes de Resende desde 2005, por protocolo celebrado entre a Confraria Queirosiana e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. Com prefácio de José Manuel Lopes Cordeiro sobre o enquadramento do tema na industrialização de Portugal, e um pós-fácio de J. A. Gonçalves Guimarães sobre a produção de estudos queirosianos editados pela Confraria, trata-se de um ensaio sobre a temática expressa no título, que a autora perseguiu até à exaustão, fazendo uma analise completa, mas emocionante, do mundo ferroviário português, europeu e americano que Eça de Queiroz viu nascer e desenvolver, e do qual faz mesmo um outro personagem dos seus textos e da sua própria vida. Como aqui se demonstra, o caminho-de-ferro está omnipresente no universo queirosiano em todas as suas dimensões.
Numa época em que Portugal se volta a discutir a política da ferrovia, este livro é, com certeza, muito útil, divertido e oxalá proveitoso. Para além da reflexão sobre um tema ainda actual, que se prolongará para o futuro próximo, apresenta a possibilidade de o leitor desfrutar de páginas impagáveis sobre o caminho-de-ferro, um dos mais interessantes meios de transporte oitocentistas que marcou a vida e as memórias de muitas gerações.

Revista de Portugal n.º 16


No capítulo da Confraria Queirosiana 2019, apresentado pelo seu director, Luís Manuel de Araújo, foi lançado o n.º 16 da Revista de Portugal, nova série, tendo na capa uma pintura sobre tema queirosiano do pintor Adias Machado. No seu interior, o editorial do director adjunto J. A. Gonçalves Guimarães alude às comemorações sobre os 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães e da utilidade das mesmas para repor a História no lugar dos mitos. Segue-se uma homenagem a três sócios falecidos, o pintor amador António Rufo, o Comendador Dr. António Gomes da Costa, anterior presidente do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, e Eng. Querido Loureiro. A série de artigos abre Arqueologia e História Antiga abre com «Os nomes e os lugares de Portucale» por Jorge de Alarcão, seguindo-se «O edifício de tradição romana sob a igreja do Bom Jesus de Gaia destruído nos últimos dias do reino dos Suevo», por J. A. Gonçalves Guimarães. Os ensaios sobre o quotidiano têm «Sorrisos Lágrimas Poemas» de Jaime Milheiro, depois sobre Cultura Portuguesa «António Sérgio, temas essenciais de vida e obra» por A. Campos Matos, e sobre temas queirosianos, «Um, para mim, estranho silêncio de Eça de Queirós» por César Veloso, e «Eça de Queirós e a colecção de Fredéric Sptizer (1815-1890), por Susana Moncóvio. Segue-se «Há 40 anos na Fundação Calouste Gulbenkian: Reconstituição do túmulo da rainha Nefertari», pelo egiptólogo Luís Manuel de Araújo, e um apontamento sobre Verdemilho intitulado «Aveiro e a Fundação Eça de Queiroz», por Jorge Campos Henriques. Como habitualmente a revista encerra com a bibliografia dos sócios da ASCR – Confraria Queirosiana e o Relatório de Atividades referentes a 2018. A edição da revista contou com o apoio da Urbiface advertising agency do Porto.

https://www.slideshare.net/queirosiana/revista-de-portugal-n-16

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Curso livre sobre Revoluções e Constituições: 5ª sessão



Solar Condes de Resende
Sábado, 7 de dezembro – 15-17horas
Curso livre sobre Revoluções e Constituições
- 5.ª sessão: Da Revolução de 1820 ao triunfo do Liberalismo: a divisão na Igreja portuguesa

A concretização da ideia liberal, entre nós, teve com a estrutura religiosa uma atitude regalista. O poder político liberal tentou maximizar as estruturas eclesiásticas existentes, sobretudo as suas ramificações locais, para construir e manter canais de comunicação entre os órgãos de decisão centrais e as massas populares. Os párocos eram os “novos mecanismos de poder” que se queriam articulados com o novo poder político e tiveram, pela governação liberal, tratamento diferenciado, pelo menos os que se mostraram abertos a colaborar com as autoridades instituídas. Ao contrário, o frade foi, amiúde, ridicularizado pelas autoridades pensantes e políticas do constitucionalismo.
A partidarização da Igreja (do topo à base) foi um facto inegável. Muitos seculares (e regulares) não estavam alheios às ideias e ao espírito do século e não raras vezes aparecem interligados a movimentos de carácter liberal, sofrendo consequências dessa coragem política.

por Prof. Doutor José António Oliveira

Inscrição prévia obrigatória
https://www.slideshare.net/queirosiana/da-revoluo-de-1820-ao-triunfo-do-liberalismoa-diviso-na-igreja-portuguesa