Da Cultura a
nível local
No passado dia 1 de março, e como
habitualmente desde há 34 anos, participei no Fórum Avintense, acontecimento
notável à escala local, resultante do empenhamento de algumas coletividades,
mas desde o início assumido pela Junta de Freguesia. Nem no restante Município
de Vila Nova de Gaia, nem mesmo no País, haverá iniciativas semelhantes com
tamanha persistência, não obstante aqui terem começado a ser promovidas logo em
1983 com a criação, por professores e alunos da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, do então Gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova
de Gaia. Lembro-me ainda que o historiador Fernando Peixoto, quando foi
presidente da Junta de Freguesia de Santa Marinha, no ano de 1999 promoveu algo
semelhante de que se publicaram as respetivas atas, mas que da segunda edição,
tendo entretanto aquela autarquia mudado de presidente e de orientação
política, já o mesmo não aconteceu. Em Mafamude, em tempos mais recentes, uma
coletividade, em colaboração com a respetiva Junta de Freguesia, também
organizou um colóquio sobre a História Local, com o contributo dos
investigadores do Gabinete de História, Arqueologia e Património da Confraria
Queirosiana, mas cujas prometidas atas jamais foram publicadas, sendo as
comunicações dispersas por várias publicações. E nada mais. No que diz respeito
a este Fórum Avintense as atas têm vindo a ser publicadas, tendo sido agora
lançado o livrinho referente às apresentadas em 2015.
Não se trata de um encontro de
profissionais de nenhuma das áreas do saber, mas sim de cidadãos que,
independentemente da sua formação de base ou profissão, entendem dever
apresentar ali os seus conhecimentos, reflexões, opiniões ou anseios sobre diversos
aspetos da vida local do passado e do presente, e mesmo os quereres de futuro,
em generoso convívio de testemunhos e diálogos, mesmo quando eles estão à
partida inquinados por um exacerbado bairrismo muito próprio das comunidades
eivadas de desnecessários autoelogios, como é o caso de Avintes, terra da
famosa broa, de um não menos famoso rosé e de outros mimos enogastronómicos, para
além de escultores e outros artistas, de Adriano Correia de Oliveira, do Teatro
amador e do novelista José Vaz, entre muitas outras referências. As coisas são
o que são e valem o que valem e certamente muito para os naturais e, quantas
vezes, também para o mundo.
Este ano o mote do encontro foi
«Avintes: o antes e o depois do 25 de Abril de 1974», empenhada que está a
sociedade portuguesa em refletir sobre o meio século que já passou sobre aquela
transformadora data. Para além de vários memorialistas locais, alguns
historiadores profissionais quiseram também estar presentes, nomeadamente João
Luís Fernandes do Solar Condes de Resende, que apresentou um estudo de História
da Arte sobre uma tela pintada com uma pouco habitual Ceia de Cristo do século
XVII ou princípios do seguinte, encontrada nas obras de recuperação da Quinta
da Agraceira, e eu próprio que apresentei a comunicação «A Cultura a nível
local, antes, após o 25 de Abril e hoje. Conceitos, instituições e agentes»,
assunto difícil de sintetizar num quarto de hora, mas de que ficou a metodologia
para continuar a apresentá-lo e a debatê-lo noutros espaços com mais vagares,
que o assunto merece uma reflexão profunda e eu próprio fiquei com uma
desiludida constatação quando me pus a trabalhar os dados: a Cultura em geral,
e mormente a nível local, pela voz e convicção dos partidos políticos, de um
modo geral, ainda não saiu do infantário, ainda não evoluiu do joguinho de
habilidades, do fait divers, da
coleção de inutilidades, da literatice, do bonito anel artístico para por no
dedo das conveniências. Para a maior parte deles, a Cultura são os “artistas”,
as “coletividades”, as velhinhas a tocar cavaquinho, os jovenzinhos a arremedar
os festivais da Tv, os “amadores”, o senhor que faz sonetos e o que toca
sonatas, ou sonoridades várias, sonolências diversas e diversas banalidades.
Desprezam o trabalho e as produções dos profissionais e acham que Cultura é
inspiração ou mesmo “dom com que se nasce”, e sempre coisa muito diferente da
Ciência, aquela chatice vária que é preciso estudar. Para tal analisar recorri
aos textos dos manifestos políticos dos partidos candidatos às autarquias para
o mandato 2021-2025, mas nem sempre tive sorte, pois embora o mandato ainda
decorra, já nem todos estão disponíveis na Internet. Mas mandei um e-mail a
todos os partidos a solicitá-los e alguns responderam afirmativamente. Outros
não, nada. Para colmatar essa ausência em relação aos partidos dos quais não
consegui aquele manifesto, recorri aos textos dos programas eleitorais para as
Legislativas de 2022. Afinal o que eu procurava era simples e universal: que
conceito ou conceitos tinha cada partido de Cultura; quais as instituições que
conhecia e qual a opinião dobre o seu funcionamento; quais os agentes que
considerava para o desenvolvimento do setor, a nível de profissionais,
semi-profissionais e amadores, e da sua relação com os diferentes públicos.
Para haver o menos equívocos possíveis num
setor que muito a tal se presta, comecei por apresentar o conceito de Cultura
tirado da Grande Enciclopédia Portuguesa
e Brasileira (VIII: 222 e 224)
dirigida por António Sérgio, como sendo um «exercício, aperfeiçoamento das faculdades intelectuais… Conjunto de conhecimentos de alguém;
instrução. Vida intelectual, ou pensamento crítico e reflexivo do indivíduo, de uma época
ou de um país», advertindo que este
conceito não era o único. Depois apresentei uma elencagem das diversas áreas da
Cultura, mas temendo que alguém a quisesse continuar a reduzir às Artes, à Literatura
e pouco mais, “pondo fora” as Ciências, socorri-me das atas do colóquio «A
Ciência Como Cultura» realizado em Lisboa em 1992 sob a égide do Doutor Mário
Soares, então Presidente da República, cujas lições permanecem atuais. Depois
falei nas diversas instituições existentes antes daquela data e das criadas já
em regime democrático e do facto de Vila Nova de Gaia não ter querido ter no
seu território uma universidade privada nos anos oitenta do século passado. Não
me ficou quase tempo nenhum para analisar o que sobre tudo isto pensam (ou não
pensam…) os partidos políticos candidatos à administração autárquica e por isso
de tal falarei noutra oportunidade. Mesmo assim concluí: «A Cultura é para
todos. Todos nela somos bem-vindos. Mas a Cultura, como as outras áreas do
saber humano, também tem profissionais. E, como também acontece noutras áreas
do saber, sobre Cultura convém ouvir os profissionais, os que
para tal estudaram, dela sabem os conceitos,
trabalham nas instituições que a produzem e
são os seus principais agentes».
Não,
por agora não concluirei que «a ciência realmente só tem alcançado tornar mais
intensa e forte uma certeza – a velha certeza socrática da nossa irreparável
ignorância. De cada vez sabemos mais – que não sabemos nada» (Eça de Queirós, Notas Contemporâneas, O bock ideal). Nós,
os profissionais da Cultura, já sabemos algumas coisas úteis e belas, e por
isso é bom que nos distingam dos trampolineiros.
J.
A. Gonçalves Guimarães
secretário
da direção
A
equipa que transportou e recebeu o espólio; fotografia de Ana Neves
Espólio
do escritor José Rentes de Carvalho
No passado dia 13 de março, vindo de
Amsterdam em dois furgões, chegou à sede da associação Amigos do Solar Condes
de Resende - Confraria Queirosiana, no Solar Condes de Resende, Vila Nova de
Gaia, o espólio do escritor José Rentes de Carvalho por este oferecido à
associação através de «Declaração de cedência de espólio pessoal» assinada a 24
de agosto de 2024 e pela qual esta passa a ser proprietária da totalidade do
dito espólio, salvo disposição contrária prevista em lei aplicável.
Comprometeu-se a mesma a mantê-lo como um todo, devidamente inventariado e
disponível para investigação e divulgação nas melhores condições, mencionando
sempre a sua proveniência, tendo como curadores do mesmo Joaquim António
Gonçalves Guimarães, doutor em História Contemporânea pela Faculdade de Letras
da Universidade do Porto (FLUP) e Maria de Fátima Teixeira, mestre em História
Contemporânea pela mesma faculdade, enquanto estiverem ao serviço da
associação. Para além da sua divulgação e utilização públicas, sempre que
solicitada a entidade beneficiária dará conta do seu estado, localização e
utilização ao doador ou aos seus representantes legais. Para além da sua
exposição parcelar no Solar Condes de Resende, a associação vai concorrer a
formas de mecenato para proceder à inventariação arquivística e disponibilização
digital, para além da publicação de um catálogo exaustivo.
No próximo dia 4 de abril a associação
vai organizar uma sessão simbólica de receção deste espólio no Solar Condes de
Resende, que contará com a presença da vereadora do Pelouro da Cultura e da
Programação Cultural, Eng.ª Paula Carvalhal, em representação do presidente da
Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, além do responsável pelo serviço, Dr.
João Fernandes, membros dos corpos gerentes, associados, amigos e admiradores
do escritor.
Entretanto já em 22 de dezembro
passado a Câmara Municipal de Mogadouro tinha aprovado um voto de louvor ao
escritor por ter sido considerado “Personalidade do Norte 2023” pela
CCDR-Norte, estando prevista a inauguração de uma sua estátua nesta localidade
em 31 de maio próximo.
Assembleia geral da ASCR-CQ
A
mesa a dirigir os trabalhos da assembleia geral; fotografia de Fátima Teixeira
No passado dia 21 de março realizou-se no Solar Condes de
Resende a assembleia geral ordinária desta associação sob a orientação da mesa
composta pelo presidente Sr. César Oliveira, ladeado pelos secretários, Prof.
Doutor Nuno Resende e Dr. Henrique Guedes, a qual aprovou o relatório e contas
referentes a 2023, apresentados respetivamente pelo presidente da direção Prof.
Doutor José Manuel Tedim e pelo secretário Prof. Doutor J. A. Gonçalves Guimarães,
tendo as contas sido apresentadas pelo tesoureiro Dr. Manuel Moreira e o
parecer do conselho fiscal pelo seu presidente Dr. Manuel Filipe Dias de Sousa.
A assembleia aprovou ainda um voto de louvor à direção pelo trabalho
desenvolvido no ano transato.
A ASCR-CQ em Lisboa
Entre os dias 14 e 17 de março passado o
secretário da direção esteve em Lisboa em contato com várias entidades e
associados que têm a ver com diversos programas em desenvolvimento pela
associação. Assim, no dia 15, logo pela manhã, visitou o Instituto de História
Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa em Campolide, onde foi apresentar
o programa do próximo curso que decorrerá a partir de outubro no Solar Condes
de Resende sobre as circunstâncias do 25 de Abril, as suas origens,
desenvolvimentos e aspetos mais particulares a serem tratados por historiadores
daquele Instituto que sobre tal têm produzido investigação.
Nesse mesmo dia, às 21 horas, J. A. Gonçalves Guimarães
foi recebido na Sala de Convívio do Lote 398, em Olivais, bem perto do
Agrupamento de Escolas Eça de Queirós, num clube de condomínio fundado em 1976
e presentemente dirigido pelo Dr. Fernando Murta Rebelo e pela Dr.ª Ana
Cristina Henriques, que ali desenvolvem um incidente programa cultural,
conforme o atestam muitas fotografias, diplomas, livros e outros objetos
expostos na sala e o descreve uma interessante publicação que conta a História
desta associação. Com uma sala cheia, tendo na assistência os confrades Dr.
Manuel Nogueira e Dr. César Veloso, e também a Dr.ª Rute Sofia Florêncio Lima
de Jesus, presidente da Junta de Freguesia de Olivais e outros elementos da
autarquia local, que assistiram à conferência, o orador falou sobre «Roteiros
Queirosianos em Portugal e no estrangeiro», seguida de animado debate.
No dia seguinte, 16 de março, J. A. Gonçalves
Guimarães e Manuel Nogueira representaram a ASCR-CQ na assembleia geral e
encontro nacional de grupos de amigos filiados na Federação Portuguesa dos
Amigos dos Museus de Portugal (FAMP), que decorreu no Palácio Fronteira e
Alorna, com a presença do presidente da Fundação das Casas de Fronteira e
Alorna, Dom António Maria Infante da Câmara Mascarenhas, do vice-presidente,
Dr. Joel Moedas Miguel, da presidente da sua associação de amigos, Dr.ª Maria
Berta Marques Bustorff da Silva, da presidente da direção da FAMP, Dr.ª Maria
do Rosário Alvellos e do Prof. Doutor Mário Antas, representante da Museus e Monumentos
de Portugal, E.P.E.. Na assembleia geral para aprovação do relatório e contas
foram ainda referidas as relações da FAMP com o Conselho Nacional de Cultura, a
Museus e Monumentos de Portugal, de cujo conselho consultivo faz parte, o
Instituto do Património Cultural, a WFFW – World Federation of Friendes of
Museums, que instituiu o 2.º domingo de outubro como o Dia Europeu dos Grupos
de Amigos, a realização de encontros de jovens, e as relações com o ICOM e a
APOM.
Depois de uma visita ao Palácio e do almoço na
sala de jantar do mesmo, decorreu na Sala das Batalhas o encontro das
associações presentes, com intervenções dos representantes dos grupos de amigos
da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, Museu do Ar, Museu Nacional do
Azulejo, Monserrate, Museu Nacional dos Coches, Museu Nacional Machado de Castro
e Solar Condes de Resende. Sobre esta última instituição, fechou o encontro a
comunicação a cargo do secretário da ASCR-CQ que ali explicou o seu
funcionamento e propósitos.
No dia seguinte, e antes de regressar a Vila
Nova de Gaia, o secretário teve ainda oportunidade de reunir com o
vice-presidente da direção, Prof. Doutor Luís Manuel de Araújo, em vésperas deste
partir para uma nova visita guiada ao roteiro queirosiano do Egito, sobre
vários aspetos da vida da associação e do número da Revista de Portugal para o presente ano.
Curso sobre
História Local e Regional
Prosseguem no Solar Condes de Resende as
aulas, presenciais e por videoconferência, do curso livre «40 anos depois: História Local e Regional» evocativo das 1.as
Jornadas de História Local e Regional realizadas pelo Gabinete de História e
Arqueologia de Vila Nova de Gaia em 1983. No sábado 02 de março o Prof. Doutor Barros Cardoso da FLUP falou «Nas origens das ideias iluministas – “luzes e
sombras”» que estiveram no dealbar da Europa e do Portugal
contemporâneos, e no sábado 16 de março o Prof. Doutor Sérgio Veludo Coelho, do
IPP, apresentou uma aula sobre o tema «Entre Corcundas e Malhados», na forma de
stand up History,
um conceito utilizado no Reino Unido e nos Estados Unidos da América, mas pouco
habitual entre nós, sob «a forma de palestra encenada e narrativa, usando uma
imersão em primeira pessoa de alguém, real ou ficcionado, é um recurso de
partilha de conhecimentos», neste caso sobre a Guerra Civil de 1828-1834. O
próprio “Coronel Velludo” (o professor) e o uniforme com que se apresentou não
são ficcionados, mas sim fruto de pesquisa e confeção de uma réplica, o mais
cuidadosa possível, sobre um Oficial do Batalhão do Trem do Ouro, formado
durante o Cerco do Porto a partir de efetivos do Batalhão de Artilharia
Nacional, integrado no Exército Liberal.
No sábado 23 de março o Prof. Doutor
José António Oliveira, também do IPP, falou sobre «Constitucionalismo oitocentista», sendo esta aula
também complementar do curso n.º 27 sobre «Revoluções e Constituições»,
comemorativo dos 200 anos da Revolução de 1820 e lecionado em 2019/ 2020, o
qual foi interrompido devido à pandemia quando faltavam duas aulas para acabar,
e que agora assim se completa.
Palestras
Prosseguem no Solar Condes
de Resende as palestras das últimas quinta-feira do mês, presenciais e por
videoconferência. Assim no próximo dia 28 de março, o Dr. João Fernandes, historiador
da Arte vai falar sobre «Uma Última Ceia da Quinta da Agraceira, Avintes». Como o dia 25 de abril é feriado em que a ASCR-CQ
estará presente em diversas atividades comemorativas dos 50 anos dos
acontecimentos que tornaram célebre a data, a palestra habitual decorrerá no
dia 26 de abril, sexta-feira, sobre o tema «As minhas memórias de Salgueiro
Maia» por J. A. Gonçalves Guimarães.
500 anos de Camões
A Matriz Portuguesa – Associação para o
Desenvolvimento da Cultura e do Conhecimento vai realizar um vasto programa de
celebração do 500.º Aniversário do nascimento de Luís de Camões, entre as quais
a Exposição Universal da Matriz Portuguesa, como símbolo da vocação
universalista da língua e da cultura portuguesas. A comissão executiva tem como
comissário geral o Doutor João Micael e como comissária-geral adjunta a Prof.ª
Doutora Annabela Rita da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo
já aderido ao projeto, entre várias outras instituições e personalidades, o
Grémio Literário, Lisboa, o jornal As
Artes Entre As Letras, a
Confraria Queirosiana, passando o seu presidente da direção, Prof. Douto José
Manuel Tedim, a fazer parte da comissão de honra daquela exposição, e o
Professor Doutor Guilherme d’ Oliveira Martins, da administração da Fundação
Calouste Gulbenkian, que fará a conferência de abertura naquela primeira
instituição no dia 4de junho pelas 18 horas.
XI Festeatro
Com uma Gala no Auditório Municipal de Gaia, encerrou no passado dia 23
de março o XI Festival de Teatro Amador de Vila Nova de Gaia 2024, organizado
pela Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia com o apoio do Município,
o qual decorreu desde o dia 16 de fevereiro com atuações de 10 grupos de
Teatro. Na ocasião foram agraciados pela organização todos os grupos
participantes e homenageado o ator Fernando “Sousa” Moura, decano dos atores
gaienses e elemento do Mérito Dramático Avintense. Entre muitos representantes
das diversas coletividades e instituições locais, estiveram presentes a Eng.ª
Paula Carvalhal pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o Dr. Manuel
Filipe, dos Auditórios Municipais de Gaia, e pela associação Amigos do Solar
Condes de Resende – Confraria Queirosiana o secretário da direção J. A.
Gonçalves Guimarães e a Dr.ª Maria de Fátima Teixeira.
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Eça & Outras, III.ª
série, n.º 187, segunda-feira, 25 de março de 2024; propriedade da associação
cultural Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana (Instituição
de Utilidade Pública), Solar Condes de Resende, Travessa Condes de Resende,
110, 4410-264, Canelas, Vila Nova de Gaia; C.te n.º 506285685; NIB: 0018000055365059001540;
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PT50001800005536505900154; email:
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Guimarães (TE-164 A); redação: Fátima Teixeira; inserção: Amélia Cabral.